Verso do poema "(Des)motivo" - do livro "Moinho" - 1ª edição 2006; 2ª edição 2021

terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

O seduzido

Evaldo Balbino




Estou eu apenas.
A-penas procurando a poesia
que mia,
felina manhosa,
sob os cobertores do cotidiano.

Estou eu quase poético,
sentindo o calor dela
sobre a cama da vida.

Querida, eu digo profético,
me amarás tão bela,
coberta de sentidos
e gemidos diversos.

Estou eu assim poético,
verbalmente seduzido
pelas carícias de teus sentidos
que me arrancam de mim.

Somos tu e eu agora.
Quem és tu, quem sou eu?
Não sei.
Para se amar não tem hora.

(Balbino, Evaldo. Filhos da pedra. São Paulo: Nelpa, 2012. p. 19)

Nenhum comentário:

Postar um comentário