Evaldo Balbino
Escrevo porque o
tempo insiste
e a minha vida
está incompleta.
Ora sou alegre,
ora triste:
sou poeta.
Fujo das coisas
fugidias,
no entanto delas é
que eu faço
meu gozo, meu
tormento e dias
no traço.
Nestes versos que
edifico,
não sei se fico ou
me desfaço,
– não sei, não
sei. Não sei se fico
ou passo.
Este é o meu
canto: um nada que é tudo,
notas do tempo em
que, disperso,
sei-me entoando um
canto mudo:
– mais nada.
(BALBINO,
Evaldo. Moinho: Scriptum, 2006, p. 39)
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